A transição do Brasil Império para o Brasil República, em 1889, marcou o início de um longo e complexo processo de reorganização política e social. Para compreender a História da República no Brasil até 1954, é preciso observar os diferentes ciclos que compõem esse período: a República da Espada, a República Oligárquica, a Era Vargas e o Pós-Vargas inicial.
Esses ciclos revelam tensões entre grupos sociais, disputas pelo poder, mudanças econômicas, influências regionais e transformações nas estruturas de governo. Ao estudar esse tema, os alunos do 9º ano têm a oportunidade de analisar como a república brasileira foi sendo moldada ao longo do tempo e como as regiões do país participaram desses processos.
A habilidade EF09HI02 da BNCC incentiva o professor a trabalhar não apenas os fatos nacionais, mas também a história local e regional nesse contexto. Isso permite conexões com o território dos estudantes e fortalece o protagonismo das comunidades na construção da história nacional.
Nesta postagem, você encontrará uma abordagem clara e aprofundada da História da República no Brasil até 1954, com foco nos principais eventos, líderes, conflitos e transformações. Ao final, há também uma atividade gratuita para baixar e aplicar em sala.
República da Espada e República Oligárquica: O Início da República
O primeiro ciclo da História da República no Brasil até 1954 começa com a Proclamação da República, em 1889, liderada por militares como Marechal Deodoro da Fonseca. Esse período inicial ficou conhecido como República da Espada (1889–1894), pois foi governado por dois presidentes militares.
Durante esse ciclo, o Brasil passou por profundas mudanças institucionais: o fim da monarquia, a separação entre Igreja e Estado, a criação de uma nova constituição (1891) e a tentativa de consolidar uma nova ordem republicana. Porém, o autoritarismo e os conflitos internos marcaram essa fase.
A partir de 1894, com a eleição de Prudente de Morais, tem início a chamada República Oligárquica, ou República do Café com Leite. O poder se concentrava nas mãos das elites agrárias de São Paulo e Minas Gerais, com eleições marcadas por fraudes e o coronelismo controlando o voto nas regiões rurais.
Esse período foi marcado pela política dos governadores, pelo fortalecimento dos latifundiários e por revoltas populares como a Guerra de Canudos e a Revolta da Vacina. Também foi uma época de crescimento da industrialização e do movimento operário nas cidades.
Com os alunos, é possível propor a produção de um “jornal histórico” que traga notícias fictícias da época, simulando manchetes sobre a Proclamação da República, o voto de cabresto ou uma revolta popular. Isso ajuda a compreender o contexto de forma mais criativa e crítica.
🧑🏻🌾 A Era Vargas: Centralização e Transformações Sociais
A chegada de Getúlio Vargas ao poder, em 1930, inaugura um dos períodos mais marcantes da História da República no Brasil até 1954. A chamada Era Vargas (1930–1945) representou o rompimento com a República Oligárquica e a entrada de novas forças políticas no cenário nacional.
Vargas assume inicialmente como chefe de um governo provisório, depois governa constitucionalmente (1934–1937) e finalmente instala o Estado Novo, uma ditadura com forte centralização do poder (1937–1945). Durante esse período, houve intensa modernização do Estado, criação de leis trabalhistas e estímulo à industrialização.
Entre as principais medidas estão a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o salário mínimo, o controle sindical e a criação de ministérios voltados para o trabalho e a previdência. A propaganda política, os símbolos nacionais e o culto à figura de Vargas também marcaram esse tempo.
Ao mesmo tempo, o Estado Novo perseguiu opositores, censurou a imprensa e suspendeu o funcionamento dos partidos políticos. A repressão e a concentração do poder marcaram negativamente esse período.
Trabalhar esse conteúdo em sala permite uma análise crítica dos avanços sociais e dos limites democráticos da era Vargas. Uma sugestão é fazer um debate em grupo: “Getúlio Vargas foi herói ou ditador?” — com base em documentos, imagens e relatos da época.
A Redemocratização e o Governo Vargas (1951–1954)
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, a pressão por abertura política levou ao fim do Estado Novo e à redemocratização do Brasil. Em 1945, Vargas foi deposto e deu início a um novo ciclo político, com a eleição de Eurico Gaspar Dutra e a elaboração de uma nova constituição, em 1946.
No entanto, Getúlio Vargas voltou ao poder em 1951, agora eleito democraticamente pelo voto direto. Esse novo governo buscou retomar as políticas trabalhistas e nacionalistas, com destaque para a criação da Petrobras em 1953, símbolo da campanha “O petróleo é nosso”.
Esse segundo governo foi marcado por conflitos com a elite econômica, os militares e a imprensa. A crise política se intensificou com acusações de corrupção e atentados contra opositores. Em 1954, sob forte pressão, Vargas comete suicídio, deixando uma carta-testamento que emocionou o país.
Esse episódio encerra simbolicamente o ciclo abordado pela História da República no Brasil até 1954, mostrando como os conflitos entre forças sociais e políticas moldaram a trajetória brasileira nas primeiras décadas da república.
Com os alunos, você pode trabalhar a leitura e análise da carta-testamento, propondo uma discussão sobre como a figura de Vargas é lembrada até hoje: como “pai dos pobres”, líder populista ou símbolo de um tempo contraditório.
História Local e Regional: Como Envolver os Alunos
A habilidade EF09HI02 também destaca a importância de identificar as particularidades da história local e regional dentro do contexto da república brasileira. Isso torna o ensino mais próximo da realidade dos alunos e valoriza as experiências das comunidades.
Investigue com sua turma como sua cidade ou região foi impactada pelos ciclos da república. Houve alguma revolta local? Algum personagem político influente da época? Como os trabalhadores da sua região participaram dos movimentos sociais? Quais mudanças econômicas ocorreram entre 1889 e 1954?
Você pode organizar um projeto de pesquisa local, com visitas a museus, entrevistas com moradores mais velhos ou análise de jornais e documentos históricos da cidade. Os alunos podem apresentar os resultados em uma exposição na escola ou em forma de mural.
Outra sugestão é criar um mapa interativo do Brasil republicano com os alunos, destacando eventos nacionais e regionais ao longo do tempo. Isso estimula o pensamento geográfico e histórico ao mesmo tempo.
Trabalhar a História da República no Brasil até 1954 com foco no local amplia a identidade dos alunos e fortalece o vínculo entre o conteúdo escolar e a realidade onde vivem.
Atividade para Baixar: História da República no Brasil até 1954
Para facilitar o trabalho em sala, preparamos uma atividade gratuita e completa sobre a História da República no Brasil até 1954, ideal para o 9º ano e alinhada à BNCC (EF09HI02).
A proposta inclui:
Linha do tempo com os ciclos republicanos;
Questões interpretativas e de análise de fontes;
Comparação entre república oligárquica e era Vargas;
Leitura e discussão da carta-testamento de Vargas;
Proposta de investigação sobre a história local/regional.
veja também: Atividades de História 9º ano do Ensino Fundamental
História da República no Brasil até 1954: Atividade de História