A habilidade da BNCC (EF02HI03) convida os alunos a observarem e refletirem sobre aspectos da vida cotidiana que envolvem pertencimento e memória. Esses elementos são fundamentais para a construção da identidade individual e coletiva das crianças, possibilitando um olhar mais atento à própria história, à comunidade onde vivem e às transformações que ocorrem ao longo do tempo.
Trabalhar com esses conceitos desde os primeiros anos escolares contribui para que os estudantes desenvolvam empatia, respeito à diversidade e valorização das experiências que moldam sua vivência. Com isso, eles passam a reconhecer o lugar que ocupam no mundo e compreendem como suas ações estão conectadas às dos outros ao seu redor.
Além disso, abordar pertencimento e memória favorece o desenvolvimento da consciência histórica e estimula o aluno a comparar o presente com o passado, identificando o que permaneceu e o que se transformou em sua realidade. Isso fortalece a noção de identidade e pertencimento, essenciais para a formação cidadã.
Essa abordagem também oferece oportunidades para a escuta ativa, partilha de experiências familiares, criação de narrativas e uso de recursos visuais, como fotografias, objetos antigos e registros orais. A história pessoal se transforma em ponto de partida para ampliar os horizontes e conhecer outras vivências.
Por isso, o papel do professor é estimular um ambiente seguro, onde os alunos se sintam à vontade para expressar sentimentos, relatar acontecimentos e ouvir as histórias dos colegas. A escola, como espaço de aprendizagem social, é o lugar ideal para fortalecer vínculos e refletir sobre as experiências vividas.
A seguir, apresentamos sugestões práticas e detalhadas para abordar o tema pertencimento e memória em sala de aula, de forma lúdica e significativa, garantindo o desenvolvimento da habilidade (EF02HI03).
Linha do Tempo da Minha Vida
Uma excelente forma de introduzir o conceito de mudança e memória é propor que os alunos construam uma linha do tempo pessoal. Essa atividade ajuda as crianças a visualizarem o tempo de forma concreta, reconhecendo eventos importantes que marcaram suas vidas.
Para realizar essa atividade, o professor pode solicitar que os alunos tragam fotos ou desenhos que representem momentos marcantes de suas vidas — como o nascimento, a entrada na escola, um aniversário especial, uma viagem ou o nascimento de um irmão. Esses registros visuais servirão como base para a criação de uma linha do tempo ilustrada.
Durante a confecção da linha do tempo, o professor pode conduzir rodas de conversa, incentivando os alunos a compartilharem suas lembranças e descreverem as mudanças percebidas em si mesmos e em suas famílias. Essas narrativas reforçam o vínculo entre memória e identidade.
Outra estratégia interessante é relacionar as linhas do tempo individuais com a história coletiva da turma, criando uma linha do tempo da sala de aula com eventos que marcaram o grupo. Assim, os alunos ampliam a noção de pertencimento ao reconhecerem-se como parte de um coletivo.
Essa atividade pode ser registrada em cartazes, portfólios ou murais e serve como ponto de partida para outros projetos, como entrevistas com familiares ou visitas a espaços da comunidade que contenham memória histórica. A prática desenvolve, de forma significativa, a habilidade (EF02HI03).
Ao final, o professor pode propor uma exposição das linhas do tempo, permitindo que as famílias participem, fortalecendo a integração escola-comunidade e valorizando a história de cada criança.
A História da Minha Família e da Minha Comunidade
Conhecer as próprias raízes é essencial para fortalecer a identidade e o senso de pertencimento. Por isso, trabalhar o tema pertencimento e memória a partir da história familiar e comunitária é uma estratégia valiosa para o 2º ano.
O professor pode propor entrevistas com familiares, como avós ou tios, incentivando os alunos a descobrirem fatos curiosos sobre sua família: onde moravam, como era a escola no tempo dos pais, quais brincadeiras preferidas ou quais objetos antigos ainda guardam.
Esses relatos podem ser registrados em forma de desenhos, pequenos textos ou até áudios. O objetivo é resgatar memórias que conectem os alunos ao passado de sua família, estimulando a valorização dessas vivências e a comparação com a realidade atual.
Outra atividade complementar é realizar um passeio pela comunidade ou convidar moradores antigos para contarem suas histórias. Os alunos poderão observar como alguns espaços mudaram ao longo do tempo, como se preservam tradições e o papel das pessoas na construção coletiva da história local.
Essas ações reforçam a percepção de que a memória vai além do individual — ela é partilhada. A criança entende que faz parte de algo maior e reconhece a importância de cuidar do que pertence à sua comunidade.
Para consolidar o aprendizado, o professor pode criar um mural chamado “Minha história, minha gente”, reunindo todos os registros dos alunos, enriquecendo o repertório cultural da turma e garantindo o desenvolvimento da habilidade (EF02HI03).
Brinquedos e Brincadeiras de Ontem e de Hoje
O brincar é uma parte essencial da infância e pode ser um excelente recurso para explorar o tema pertencimento e memória. Comparar os brinquedos e brincadeiras do passado com os atuais permite que os alunos percebam transformações culturais, sociais e tecnológicas.
O professor pode começar com uma roda de conversa sobre os brinquedos preferidos dos alunos. Em seguida, pedir que entrevistem familiares sobre as brincadeiras de quando eram crianças. As descobertas serão ricas e surpreendentes!
Depois, os alunos podem trazer ou criar representações desses brinquedos antigos, construindo um “Museu do Brinquedo”, com materiais recicláveis, desenhos ou objetos cedidos temporariamente por familiares.
Durante a exposição, os alunos apresentarão os brinquedos pesquisados, contando sua origem, como eram usados e o que mais chamou atenção. Esse compartilhamento desenvolve a oralidade, a escuta e o respeito às experiências dos outros.
Além disso, o professor pode organizar uma tarde de brincadeiras antigas, com jogos como pular corda, amarelinha, bolinha de gude, pião e passa anel. As crianças vivenciam o passado e percebem, na prática, as mudanças que ocorreram no brincar.
Essa vivência fortalece o pertencimento ao reconhecer tradições culturais e amplia a percepção de memória como parte da construção da identidade. Assim, a atividade contribui de forma significativa para a habilidade (EF02HI03).
A Escola Também Muda: Olhando para o Passado e o Presente
A escola é um espaço privilegiado para observar e compreender a pertencimento e memória. Comparar a escola atual com a de antigamente é uma forma envolvente de trabalhar essa habilidade com os alunos do 2º ano.
Para iniciar a abordagem, o professor pode trazer fotos antigas de escolas, mobiliários, fardamentos e materiais escolares. Os alunos poderão observar diferenças e semelhanças com o que conhecem hoje.
Outra sugestão é entrevistar funcionários mais antigos da escola ou professores aposentados. Eles podem relatar como era a rotina escolar, quais disciplinas existiam, como eram os recreios, entre outros aspectos. Os alunos podem preparar perguntas e registrar as respostas.
Depois disso, é possível organizar um painel “Escola Ontem e Hoje”, comparando aspectos como uniforme, lanche, brincadeiras, modo de escrever, avaliação, entre outros. As crianças compreenderão que a escola também é um espaço em constante transformação.
Essa comparação estimula o pensamento crítico, valoriza as conquistas da educação e desperta um olhar mais atento ao espaço que frequentam diariamente, aumentando o senso de pertencimento.
Por fim, o professor pode propor uma produção textual ou ilustrada com o tema “Como imagino a escola no futuro”, ampliando o conceito de mudança e fortalecendo a percepção do tempo histórico.
Explorando Sentimentos e Emoções Ligados à pertencimento e memória
pertencimento e memória não são apenas fatos — elas estão sempre ligadas a sentimentos e emoções. Trabalhar esse aspecto com os alunos do 2º ano ajuda a desenvolver habilidades socioemocionais, essenciais para o convívio e a formação da cidadania.
Para iniciar essa abordagem, o professor pode propor uma dinâmica: cada aluno deve trazer um objeto que tenha um significado afetivo e contar por que ele é importante. Isso permitirá reconhecer o valor emocional das lembranças.
Em seguida, o professor pode criar um mural sensorial com imagens, sons, cheiros ou cores que remetam às memórias trazidas pelas crianças. Essa atividade amplia o repertório e favorece a empatia entre os colegas.
Também é interessante realizar rodas de leitura com livros infantis que tratam de memória, como “O lenço” (Patrícia Auerbach) ou “O avô e o tempo” (Ziraldo). As histórias despertam emoções e geram identificação com os personagens.
Os alunos podem escrever ou desenhar suas próprias histórias afetivas, expressando o que sentem ao lembrar de certos momentos ou pessoas. Essa produção pode compor um livro coletivo da turma.
Ao trabalhar o afeto relacionado à memória, o professor fortalece o pertencimento, amplia o olhar para o outro e ajuda a criança a compreender que sua história tem valor. Essa vivência é essencial para o desenvolvimento integral proposto pela BNCC.
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